Muito se tem falado sobre esse tipo de manutenção, mas pouco ainda se
sabe sobre ela. Natural, uma vez que se trata de um ramo relativamente
novo no país.
Trata-se da prática de cuidar de toda a infraestrutura de um edifício, o
que significa cuidados com sistemas elétrico, hidráulico, incêndio e de
segurança, além de comunicação e climatização.
Não é difícil perceber, portanto, que se trata de uma tarefa que exige
planejamento e recursos. E na proporção que se investe no primeiro item,
menos se investirá no segundo.
É que a manutenção predial está ligada, inevitavelmente, à sua estrutura
de construção. Um processo de manutenção predial adequado pode não só
corrigir erros estruturais de um edifício, como conservá-lo do ponto de
vista patrimonial.
Segundo dados da ABRAMAN - Associação Brasileira de Manutenção, o
setor de manutenção tem movimentado, anualmente, perto de 10 bilhões de
reais. E olha que ainda falta muito para que as pessoas assimilem a
ideia de que destinar dinheiro para a manutenção preventiva é
investimento e não gastos desnecessários.
Prova disso é o número de edifícios em condições visíveis de degradação
em nossas cidades, tratando-se, inclusive, inúmeras vezes, de prédios
que representam verdadeiros patrimônios históricos.
A falta de manutenção predial representa prejuízo no bolso e, pior
ainda, um risco para a saúde e segurança de moradores, no caso de um
prédio residencial e seus frequentadores e usuários, no caso dos prédios
comerciais. Isso para não falarmos de toda a população, quando pensamos
em prédios localizados em regiões centrais.
Talvez seja por isso que muito já se tem investido em manutenção predial
no que se refere à experiência e tecnologia. Os órgãos fiscalizadores
estão cada vez mais atentos e as exigências legais cada vez mais
rigorosas.
O setor de climatização é um exemplo do quanto a fiscalização e a lei
estão atentas para garantir a saúde da população. A Anvisa tem
intensificado a fiscalização nos serviços de manutenção de ar
condicionado, garantindo a qualidade do ar em ambientes públicos,
através da Portaria 3.523 e da exigência do PMOC.
Será, no entanto, que o desespero que se percebe em períodos de vistoria
da Anvisa e da correria de profissionais do setor para a elaboração do
plano de controle de atividades de manutenção, não revela que a
manutenção preventiva ainda não é vista como um investimento?
Mas estamos num processo de lenta, porém significativa transformação.
Junto com a conscientização dos profissionais do setor para a
importância da manutenção preventiva, cresce no mercado as ferramentas
disponíveis para atender o setor.
Um plano de manutenção é sinônimo de economia e investimento e é
fundamental conscientizar os administradores de prédios, inclusive
públicos, de que é uma questão acima de tudo de segurança e saúde.
Fonte: Construção e Cia