A Inspeção termográfica (ou
termografia) é um procedimento que possibilita a medição de temperatura e a
formação de imagens térmicas de um componente, equipamento ou processo, por
meio de radiação infravermelha. O Termovisor é o principal instrumento de uma
inspeção termográfica.
Os termovisores não medem temperatura diretamente, eles detectam a radiação térmica que atinge seu detector, que por sua vez, gera um sinal de saída, em função dessa radiação, que é processado e transformado em imagens visíveis e leituras de temperatura, conforme figura 1.
Figura 1 – Diagrama simplificado de um Termovisor
Porém, a radiação detectada pode se originar não apenas do objeto sob inspeção, mas de outras fontes envolvidas no meio em que o objeto está inserido. Nesse cenário mais complexo, as limitações e características dos personagens envolvidos na inspeção termográfica devem ser consideradas para uma análise consistente e confiável das anomalias térmicas encontradas.
A escolha correta do Termovisor para a inspeção depende do conhecimento
de certas características técnicas do Termovisor, do ambiente onde ele será
utilizado e do tipo de componente que será inspecionado, seguindo os fatores
considerados abaixo:
·
A temperatura do objeto a ser inspecionado
define a faixa de temperatura e a melhor faixa de comprimento de onda que o
Termovisor deve responder;
·
A distância e dimensão do objeto a ser
inspecionado define a resolução espacial e de medida;
·
A temperatura do ambiente de inspeção define a
faixa de temperatura de operação do Termovisor.
Sendo assim, é importante conhecer as características do
Termovisor e direcioná-las à plicação em questão.
A termografia é indicada para
prevenir contra falhas e prolongar a eficiência das instalações elétricas e
fotovoltaica, pois é possível a detecção, em estágio inicial, de processos de
falhas gerados por anomalias térmicas em determinado componente antes que
ocorra o agravamento da situação.
Na Termografia são verificados então, a temperatura do
componente, temperatura ambiente, a máxima temperatura admissível (MTA) do
componente, carga nominal e carga do componente no momento da medição.
Conhecer o valor da Máxima Temperatura Admissível (MTA) de
cada componente é essencial, esses valores são especificados nos dados técnicos
disponibilizados pelos fabricantes ou normas técnicas específicas, alguns
valores de componentes são citados abaixo:
·
Cabos Isolados (dependendo da classe de
isolação): 70 a 110°C;
·
Terminais: 70°C;
·
Conexões mediante parafuso: 90°C;
·
Conexões e barramentos de baixa tensão: 90°C;
·
Corpos de fusíveis: 100°C; e
·
Contatos e Articulações de Seccionadoras e
Disjuntores: 100°C.
As anomalias são detectadas e
classificadas segundo critérios de prioridades de manutenção e grau de
abrangência dos equipamentos que venham apresentar problemas e ocasionar
paralisação das instalações elétricas.
Dentre os principais diagnósticos que podem ser
identificados através da termografia, os mais comuns são:
·
Sobrecarga de circuitos;
·
Desbalanceamento entre as fases;
·
Oxidação, desgaste e envelhecimento de
componentes; e
·
Aperto excessivo ou afrouxamento de terminais em
bornes de disjuntores.
Diante as anomalias detectadas as recomendações mais comuns
são:
·
Reaperto das conexões elétricas
·
Distribuição uniforme das cargas entre as fases;
·
Substituição de componentes ou cabos com oxidação
ou envelhecimento;
·
Substituição de proteção e cabos em sobrecargas
de circuitos;
·
Entre outros....
Como forma de prevenir acidentes e falhas técnicas, a norma
técnica ABNT NBR 15763:2009 (Ensaios não destrutivo – Termografia – Critério de
definição de periocidade de inspeção em sistemas elétricos de potência) recomenda
o uso da termografia em sistemas elétricos em intervalos de seis meses.
As vantagens e benefícios de realizar as inspeções
termográficas são listados abaixo:
·
Elimina a necessidade de interromper o processo
de produção para a realização das análises;
·
Análise das instalações elétricas e
fotovoltaicas em pleno funcionamento;
·
Transmite as imagens em tempo real;
·
Reduzir o risco de acidentes;
·
Reduzir o risco de incêndio e explosões;
·
Minimiza a necessidade de realizar a manutenção
corretiva;
·
Diminui o consumo de energia elétrica;
·
Maximiza a vida útil do equipamento;
·
Aumenta a produtividade;
·
Não exige contato direto com o maquinário; e
·
Aumenta a eficiência dos programas de manutenção
preditiva.
Um cuidado especial deve ser
tomado quando existe a necessidade de abertura de painéis e a aproximação de equipamentos
energizados, situações em que o Termografista está exposto a grandes riscos, antes
de iniciar os trabalhos de inspeção, o responsável pela Inspeção Termográfica
em conjunto com o Termografista devem realizar uma avaliação prévia dos riscos
(APR), estudar e planejar as atividades e ações a serem desenvolvidas de forma
a atender a todos os requisitos de segurança aplicáveis à área a ser
inspecionada de acordo com as normas técnicas e regulamentares como a NRs 6, 10
entre outras.